site profissional

sites pessoais




sábado, junho 28, 2003

 

À minha gata que, afinal é um gato e eu não sabia. dei-lhe o nome de Maria Alva Rita.


Felina penumbra



Passos pensados e delicados
como pequenas almofadas sorrateiras
que se escapam para lá do sono,
silenciando a sua alva e macia presença
como a luz enroscada num final de tarde nas suas patas


o crepúsculo sob o canto luzidio descansa
na simplicidade do preto e do branco
colhido pela gata
durante o sono ágil no canto dos dias


pêlo aromatizado de olhos rasgados pela noite que,
desce felina penumbra roçando eriçada
na sua cor semicerrada
acendendo os bigodes numa inclinação enternecida
de subtil sensualidade que, encobre
o seu manto de imperceptível selvagem


frágil sedutora,
de garras recolhidas
afiadas como lâminas à espera do sangue nocturno que,
escorre dos telhados boémios
onde as silhuetas felinas escapam-se por
entre cumeeiras na perseguição do cio,
na fuga dos nocturnos bebedores


silhuetas encurraladas e garras em cópula.
com o ventre colado ao chão no secretismo de uma sombra
a fêmea domina o macho deixando-o pensar o contrário.
a noite é fértil na temperatura felina,
e pela penumbra a fera amansada recolhe ao leito


passos pensados e delicados
com pequenas almofadas sorrateiras
que se escapam para lá do sono
silenciando a sua alva e macia presença nas suas patas...


© direitos reservados ao autor nelson d'aires


e ainda dizem que sou um insensível



• • • • •





Powered By Blogger TM
 
 
 
Vermelhar   
o palato tem cor rosada. vermelho quando irado