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sexta-feira, julho 25, 2003
Ele e Ela
[Com o palco escuro, inicia-se a peça. Todo o ambiente é mergulhado lentamente por uma maresia sonora, respirando toda uma fragilidade de acalmia que o mar nos transmite, deixando-nos embalar pelo som das ondas que se desenrolam na areia marcada por pegadas de contemplação. Ao som da maresia, divertidas brincadeiras e risos infantis andam à deriva no som das ondas que vêm e que se recolhem, levando sempre um bocado de nós, espalhado pela areia. A pouco e pouco, a imagem emerge tímida na projecção da tela no fundo do palco colocada acima do nível da cabeça dos actores. A imagem projectada nada mais é que, a corporização visual do som que envolve a plateia. A imagem da praia banhada pela luz terna de uma manhã soalheira de Inverno acompanha assim, a primeira cena. A cena em que Ela descobre o Ele distanciado pela bitola de duas mesas e de seus espaços intermédios ocupados por cadeiras vazias. Ele completamente ausente da sua própria presença para o mundo, escreve vergado, pelas palavras que lhe roubam todos os dedos das mãos, dando o seu sangue, possivelmente a uma personagem, se não mesmo a várias personagens. No palco está montada uma esplanada de mesas amarelas. Ele está de lado para a plateia e ela está de costas para a mesma, nunca se vislumbrando o seu rosto até que a tela lhe projecte o seu rosto, esbatido no reflexo da janela que se encontra suspensa a seu lado]
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o palato tem cor rosada. vermelho quando irado |
