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terça-feira, julho 22, 2003

 

Foi ontem, mas escrevo no presente.

Uma noite de verão, fria com a nortada a riscar as estrelas desnudadas pela límpida noite que me trouxe às mãos “O Medo” de Al Berto. Com as mesmas mãos esventro o seu interior, abrindo-o ao calhas, presenteando-me com as “Doze moradas de silêncio”. Há uma passagem que me atrai e que me demora com o livro aberto sobre as pernas e o vermelhar de uma colheita nos meus lábios, frutuoso, ligeiramente encorpado, um rubi cintilando sobre a gota que escorre do copo, macio e redondo, amadurecido na madeira, esperando um final de boca prolongado e carregado sobre o calor do Alentejo. A passagem: “Uma só coisa é necessária: a solidão, a grande solidão interior. Caminhar em si próprio e, durante horas, não encontrar ninguém – é a isto que é preciso chegar.”

Subitamente dá-me vontade de ouvir dEUS, na faixa catorze do albúm “In a Bar, Under The Sea”. A faixa intitula-se “For The Roses”, um ritmo frenético com um início de suspanse crescente e contido numa melodia taciturna e de potencial adrenalina sobre as cordas da guitarra contida nos dedos fervilhantes. A música lentamente vai acelerando e o corpo é cúmplice na vontade da música, explodindo por fim toda a força que crescia contida nas cordas e nas vozes, ficando o verso: “Thank you for the Roses”

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Vermelhar   
o palato tem cor rosada. vermelho quando irado