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terça-feira, julho 01, 2003

 

há uns tempos atrás escrevi o texto que se segue. Hoje, agora (1:00 da manhã de 1 de julho de 2003), passados momentos, sinto que estou a mudar, é bom.

agora o texto:

Estou perdido algures entre mim, e o que me resta é um corpo deambulante, sem expressão de olhar translúcido que trespassa os outros corpos que me rodeiam. É um olhar para um ponto indefinido, que de vez em quando é interrompido por uma voz amiga que tenta o regresso do que fui, e que agora nada me resta, a não ser uma enorme desesperança, tecida por um vazio de estado, na letargia que sustenta a minha ausência, no grupo dos meus amigos.

Tenho a nítida presença de que sou eu que me afasto e isolo na emigração do pensamento, igual na diferença das conversas desenroladas nas mesas das tertúlias de conversas do dia a dia, amor a amor, trabalho a trabalho, casa a casa, namoro a namoro, dinheiro a dinheiro, traições a traições, e de rosto em rosto, onde este último esbarra no meio e encontra uma enorme displicência. Tudo me parece banal e supérfluo, ignorando que a vida se preenche com banalidades e que só de viver da cultura, paradoxalmente, se torna um grande marasmo e um constrangimento ao círculo dos cultos e da arte, que é como uma quinta dimensão onde a exploração nunca tem limites, sendo o próprio limite a limitação da insuficiência de que tudo sofre.

a incompreensão é a ditadura do que é bom do que é mau, deixando teorias abstractas para explicar o que não se entende. não entendo que, a maioria das vezes existe sem obrigatoriamente possuir um sentido, objectivo ou explicação, a não ser, uma enorme urgência de exprimir um estado, válido apenas para aquele preciso momento que, se vai desvanecendo à medida que o tempo vai passando, até que, o próprio criador, ignora o que criou, pois foram fases, uma fase, que é sempre a mesma, a busca de preenchimento, no que não encontra no dia a dia, no banal a banal. Se fosse inculto, seria mais feliz (e sou inculto).

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Vermelhar   
o palato tem cor rosada. vermelho quando irado