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quarta-feira, julho 09, 2003

 

Hoje é quarta-feira, dia intermédio da semana dos cinco dias úteis. Todos os dias são inúteis se não forem sete por semana. Não concebo dias úteis, mas, sim apenas dias.
Na precipitação furiosa das horas úteis, deixamos de possuir o que não existe, o tempo.

O trabalho (dos dias úteis) por obrigação, absorve a nossa condição livre. Há dias em que penso (esqueçam o Matrix) sermos autênticas cargas descartáveis de energia – não renovável. Consumindo-nos até ao desespero, ou simplesmente na maior parte dos casos, até, a identidade se extinguir.

Mutação, imperfeitos autónomos pensam que governam o mundo com o poder do medo. Seres mutantes desafiam a ordem natural das coisas mas são os invisíveis que governam. Autênticos vírus movem-se pelos interstícios das nossas defesas. Convidamos a peste a entrar nas nossas casas, no nosso corpo e nas nossas mentes onde nunca imaginamos sequer nos poderem infectar. Atingem lugares ininteligíveis e a sua desinfecção na maioria das vezes estéril.

Hoje em dia uma família optar por viver isolada num monte Alentejano não é sinal de loucura nem de excentricidade, é apenas um acto de desinfecção e desintoxicação. É a tentativa de acertar o relógio colocando o tempo no seu lugar desacertado, ou seja, sem horários impossíveis, sem salas de espera e sem horas marcadas, apenas o ritmo biológico das coisas e a continuidade do mesmo para o finito de cada um de nós.
A contagem do tempo é invenção da humanidade, para quê contar até ao infinito se não dominamos o alcance do mesmo. Será que o finito não nos serve? Seremos assim tão divinos que apenas nos satisfaz a condição infinita?

Se o leitor a esta altura sentir que eu nada escrevi, não o condeno. hoje é quarta-feira e continua a ser um dia (in)útil.

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Vermelhar   
o palato tem cor rosada. vermelho quando irado