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segunda-feira, abril 26, 2004
se isto fosse um diário 01
faz tempo que, aqui nada escrevo, nada me mostro. os livros, também estes estão encerrados sob uma fina película de pó, pesada o suficiente para os não conseguir levantar e abrir a sua leitura. há dias, em conversa com uma amiga, falei que já não escrevo, já não sei, acho que nunca o soube. ela disse-me que não fazia mal, agora tenho fotografias. sim, tenho algumas fotografias. nunca andei tanto pelo Portugal povoado como o tenho nestes últimos seis meses. conheci muitas pessoas anónimas, disseram-me os seus nomes e eu disse-lhes o meu. perguntavam sempre se era para a televisão. fui obrigado a mentir na maioria das vezes. como fazer compreender ao nosso povo que eu gosto de fotografar as pessoas e costumes do nosso país sem depois não vender as fotografias? pensam elas, Para que me quer este senhor fotografar se não me conhece? A mim não tira você o retrato! Para colocar depois na net, não é? A mim não! não se preocupe senhor, não lho faço. mas olhe que, quem lhe rouba a alma não sou eu… avanço por entre terras, povos e costumes, sem saber que destino dar às fotografias que faço. apenas sei que me dou por inteiro, a fotografia consome-me voraz. na segunda-feira de Páscoa, levantei-me e meti-me no carro em direcção ao Minho. ia fotografar um costume local perto de Vila Verde, atrasei-me e não o pude fazer. na volta perdi-me e fui dar a uma freguesia cujo compasso era acompanhado por uma banda de música. o acaso fez-me embrenhar no meio daquele cortejo porta a porta. desconhecido entrei em casas de pessoas desconhecidas, sorriram-me e deram-me de comer e beber muitas vezes, fiquei com fotografias dessa hospitalidade em dia de festejar Jesus ressuscitado. parti e já as estrelas chamaram a luz dos faróis do meu automóvel. ontem, dia da Beatificação de Alexadrina de Balasar em Roma, não fui a Itália, mas fui a Balazar, ver e registar o milagre da pobreza que faz com que este povo seja feliz com o sofrimento que lhes vergam as costas. pediam milagres, tocavam na campa de Alexandrina e enchiam os cofres da Igreja, não há dinheiro que pague um milagre… [arquivo]
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