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sexta-feira, outubro 31, 2003
se agora me retirassem o olfacto, seria como me cegassem os dedos. jamais poderia ler o teu rosto e reconhecer a curva do teu sorriso sobre os meus cinco sentidos...
quinta-feira, outubro 30, 2003
observei a extensão da tua pele, queria-lhe tê-la abraçada e ter dado duas ou três braçadas na salsugem que te envolvia.
é preciso ter cuidado. quando reli a frase acima escrita por mim, tive a sensação de que, inconscientemente tinha "roubado" dois escritores. o primeiro foi o Luís Miguel Nava, ao invocar as "braçadas". o segundo foi al berto ao lhe roubar a sua "salsugem"... daqui tiro uma lição, ler os dois autores acima referenciados, não me dá o direito de lhes ressuscitar as suas tormentas...
terça-feira, outubro 28, 2003
http://search.msn.com/results.aspx?q=CANCRO+DA+PELE+IMAGENS&FORM=SMCRT
os caminhos que vêem dar a este pobre weblog são deveras sombrios e de pouca esperança. não sei se o vermelhar lhe terá devolvido imagens de um cancro de pele, provavelmente não. mas, o cancro é uma forma de vida insidiosa, o seu alimento é a única imagem que dele existe, o seu alimento somos nós. o cancro é uma forma de vida com muitas formas de propagação, se eu procurar na pele deste texto um sinal para a imagem do meu cancro, provavelmente encontrarei primeiro, o lugar da ausência de um toque que me acaricia quando o encontro é possível.
domingo, outubro 26, 2003
"tenho uma t-shirt vermelha para me encontrares"
esta sms foi-me enviada há uns tempos, precisamente nesse momento ia a caminho do encontro com essa pessoa. hoje, agora, veio-me à memória essa sms e da importância desse vermelho. *
"Do nosso amor fica sempre um gosto a coisa deixada para os mistérios do sexo como roupa desleixada só eu sei como te deito na minha mão debruçada" "Uma Fábula" do António Franco Alexandre.
sexta-feira, outubro 24, 2003
http://search.msn.com/results.aspx?q=o+filho+da+puta+translation&FORM=SMCRT
houve quem procurasse no vermelhar a tradução para "o filho da puta". a essa pessoa só lhe posso dizer isto: as putas existem porque os homens existem.
quinta-feira, outubro 23, 2003
os náufragos dormitam o sangue na morte
e o corpo na vigília de quem parte da alma. câmaras escuras vertem a sua sombrano espaço desocupado: o eco da voz embate surdo na penumbra. dois corpos desconhecidos interceptam-se. o mar avança para o que fica e afoga de saudade o que vê a ir-se: o outro corpo que parte com o passado a espumar-lhe nos pés. in náufraga identidade © direitos reservados ao autor nelson d'aires
quarta-feira, outubro 22, 2003
há dias em que a chuva não penetra na terra... é obrigada a discorrer enclausurada pelas bermas de tortuosos caminhos há espera de uma evaporação indolor. nesses dias em que a terra se fecha e os mortos não podem ser enterrados, é quando se sente a perturbação que nos causa desviarmo-nos de algumas das memórias náufragas.
in náufraga identidade © direitos reservados ao autor nelson d'aires
na indissolúvel vastidão do mar o corpo é chamado pela voz profunda de uma garganta imemorial. é no mar que os náufragos se encontram. é na leveza submersa que os corpos levitam o beijo sobre a lividez que encerra os lábios no seu vivo carmesim. é no ventre do mar que os corpos se esvaem, diluindo o vício que o sangue comporta, dando lugar à insonoridade que o corpo anseia ao lado de outro corpo. in náufraga identidade © direitos reservados ao autor nelson d'aires
segunda-feira, outubro 20, 2003
agora é escuro e a cada passo meu a escuridão rapidamente digere o meu rasto. apenas estas palavras estão iluminadas pela tua memória, trago-as dentro da pele para que a escuridão não as devore...
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&ie=UTF-8&oe=UTF-8&q=cuspe+fetiche+&meta=lr%3Dlang_pt após terem vindo cá parar duas pessoas (desta feita a busca em português) a este webblog (a primeira está aqui documentada) está comprovado. para algumas pessoas, cuspe é um fetiche. só não sei se o que lhes dá prazer é cuspir ou serem cuspidas, pelo sim pelo não, nunca cuspam à cara de ninguém, pois podem estar a dar prazer a alguém que lhes mete nojo.
![]() levanta a cabeça. o que vês? as mãos amputadas. não te adianta de nada colocares os cotos na cabeça. se continuas assim, também a cabeça ser-te-á decepada. a verticalidade dos cotos não te impedem de sangrar, a imobilidade não estanca a hemorragia. sei o que pensas. pensas que não queres mais pressão sobre a ferida, o peso da sua existência por si só é já insuportável e dispensas qualquer pressão sobre a pele rasgada. mas nestas coisas há mesmo que colocar as mãos sobre a ferida e apertar. apertar bem e eleva-la um pouco acima do coração. se não resultar, a solução passa por estancar por completo a artéria que te atravessa a memória da pele. sim, olha bem para ti. coloca no rosto o olhar decisivo. esta é a última imagem da tua dor. © direitos reservados ao autor nelson d'aires
quinta-feira, outubro 16, 2003
quando os corpos se esgotam e os sexos jazem exangues, é nos intervalos que o meu corpo se alimenta do perfume imarcescível do teu corpo, recuperando assim a fala da pele que se silencia no momento exacto da tua partida...
*
segunda-feira, outubro 13, 2003
http://www.google.com.br/search?q=como+arquivar+posts&ie=ISO-8859-1&hl=pt-BR&meta=
o corpo é um extenso arquivo. cada vinco na pele é uma certeza que aponta para uma memória.
sexta-feira, outubro 10, 2003
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&ie=UTF-8&oe=UTF-8&q=doce+como+mel+poema&meta=lr%3Dlang_pt
se algum dia encontrar um poema dentro do mel, colocarei os dedos à boca e vomitarei a digestão do árduo trabalho das abelhas cujo princípio e fim das suas vidas encerra-se no esplendor da pureza. é com injustiça que derramo o néctar dourado, mas a minha úlcera não aguenta a acidez de palavras transformadas. sendo o homem o único produtor de lixo, a melíflua transparência não merece ser contaminada pelos versos de poema algum.
quinta-feira, outubro 09, 2003
este preto onde escrevo o pulsar do meu corpo, faz com que muitas vezes me perca na sua cor profunda, na vertigem do vazio, a origem...
a origem, é uma palavra enigmática, cerzida talvez, de uma criação demoníaca. a origem é algo que nos trespassa o corpo até tocar nos subúrbios da alma, nos cantos mais recônditos da transcendência, a mesma que nos atrair em direcção de alguém... as palavras enrolam-se-me na língua muitas vezes, emudecendo-me... o sangue, esse, no entanto, cada vez mais, pulsa-me nas veias dilatadas...
quarta-feira, outubro 08, 2003
still on paradise
é a segunda galeria de fotografia do vermelhar que hoje coloco on-line.
esta música é linda.
hoje ouço isto.
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&ie=UTF-8&oe=UTF-8&q=queima+corpos+ganges&btnG=Pesquisa+Google&meta=lr%3Dlang_pt escrever é uma espécie de combustão, é um fervor que muitas das vezes salta das margens desse enorme leito feito memória. a memória é água com um poder de penetração nefasto, mas incapaz de apagar a combustão do corpo dos nossos mortos.
terça-feira, outubro 07, 2003
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&ie=UTF-8&oe=UTF-8&q=%22depila%C3%A7%C3%A3o%22+%22laser%22+%22ferida%22&meta=lr%3Dlang_p
"depilação" "laser" "ferida" neste weblog não se quer perder a sensação única do acordar da pele. aqui não se quer perder o tremor que só o olhar amado me provoca e me levanta as densas camadas de células mortas com o eriçar dos pêlos sobre a epiderme... cada pêlo irrompe a minha pele em busca de um tacto, despir-me dessa força filiforme seria ficar com a memória nua... arrefecendo-me a pele, o corpo. afastando-me do toque de quem me ama e de quem amo. quando passo a mão por qualquer um dos meus braços, sinto a pele nocturna de um corpo desenrolado no meu... depilarem-me, significaria a insensibilidade e a infertilidade da minha pele. a erosão cutânea alastrar-se-ia como uma ferida, alimentando-se das memórias que as tuas mãos semearam e ao mesmo tempo respiraram a colheita que em mim nasce...
segunda-feira, outubro 06, 2003
http://www.google.com.br/search?q=cuspir+sai+sangue&ie=UTF-8&oe=UTF-8&hl=pt-BR&meta=
terá sido esta busca infrutífera? pergunto-me, quem cospe sangue? todos. todos cuspimos, pior, escarramos. não há saliva que não vá parar a uma sarjeta sem um fio de sangue raiando pela viscosa transparência... uma palavra cuspida é uma palavra ferida. é algo que não nos cabe na boca, que nos excede e nos fere a partir das entranhas, subindo-nos pela garganta agarrada ao sangue derramado e inchado pela dor que não nos cabe. durante todo este processo emergente cuspimos, cuspimos e cuspimos sangue como se veneno fosse das mortes que não sentimos... este é o vermelhar, aqui quando se cospe não há palavra que não esteja raiada de sangue.
domingo, outubro 05, 2003
hoje reabri a secção de fotografia do vermelhar. "águas furtadas da minha sede" é a primeira galeria.
sexta-feira, outubro 03, 2003
http://www.google.com.br/search?q=jovens+de+12+anos+despidas&hl=pt-BR&lr=&ie=UTF-8&oe=UTF-8&start=30&sa=N
estou chocado. águas poluídas, cuspe e fetiche ainda vá que não vá. mas, chegarem a este blog procurando jovens de 12 anos despidas é doentio! não há inocência que aguente o desespero de um pedófilo filho da puta.
até me custa dar-vos a conhecer isto... copy paste de um artigo da revista RollingStone Under Byen Det er Mig der Holder Traeerne Sammen (Plade Selskabet/EMI) Their name is Danish for "Under the City." And here's the English translation of the album's title: It's Me Who Keeps the Trees Together. Thanks to the language barrier, that's nearly all I can tell you about my favorite new band and record of this year -- except that when I saw this remarkable eight-piece group from Arhus, Denmark at a music festival there in May, I was left speaking in tongues. With an eccentric armory of strings and keys (violin, cello, Wurlitzer organ, melodica), fronted by the haunted whoops and whispers of vocalist Henriette Sennenveldt, Under Byen make a beguiling dance music of pillowy beats and voluptuous shadows, with finely blurred echoes of British trip-hop, Björk's elfin romanticism and the ice-floe rock of Sigúr Ros. This will be a hard record to find: The group's Web site (underbyen.dk) is under reconstruction, and the Internet retail site below is mostly in Danish, with prices in Euros. But real treasure never comes easy. rillen.dk Label email: pladeselskabet@pladeselskabet.com
http://www.google.com.br/search?q=cuspe+fetiche&ie=ISO-8859-1&hl=pt-BR&meta= procuravam um fetiche e aqui vieram ter... a este blog cujas palavras apenas são revestidas de saliva devido à falta de lubrificante.
quinta-feira, outubro 02, 2003
http://search.msn.com/results.aspx?q=aguas+poluidas&FORM=SMCRB
assim vieram ter a este blog. vêm ter a nós pelos mais estranhos caminhos, no entanto pergunto-me. qual a foz que não tenha as suas águas poluídas?
quarta-feira, outubro 01, 2003
novo layout martelado à pressão.
os links mantêm-se. clica na tecla "end"
reparo (graças ao Nuno) que o intervalo entre os dois post?s abaixo foi precisamente de um mês. infelizmente nem sempre me é possível escrever. aliás, possível é, mas não sobre o que se pretende. e o que é que eu pretendo? pretendo escrever sempre a formulação de uma ideia como uma equação com a sua incógnita bem visível. significa isto alguma coisa? não sei. sei que a escrita organiza-me o pensamento e isso basta-me. nem sempre me organizo por palavras. sem prepotência poderei dizer que sou um criativo (não um artistas, apenas irrequieto e criativo), divido-me nos meus tempos livres sobre as áreas da escrita, fotografia e webdesign. ultimamente a fotografia é que me ocupa mais a neurose aritmética, estando inclusive no presente momento a escrever a equação para uma exposição (ainda não confirmada, apenas um convite inicial cuja concretização apenas vai depender do alcance do meu exercício). a fotografia conceptualista ocupa muito tempo e é como escrever, organiza-me as ideias. mas eu não me esqueci deste meu canto, apenas tenho mais cantos para me refugiar.
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![]() o palato tem cor rosada. vermelho quando irado |